A polêmica do Pró-Labore

A polêmica do Pró-Labore

Pró-labore costuma ser um assunto polêmico:
É obrigatório? Qual o valor correto? Qual a diferença entre o contábil e gerencial? Meu pró-labore é o meu lucro? e por ai vai…
 
Já te adianto, o conteúdo de hoje vai ser um pouco longo, mas COM CERTEZA, vai esclarecer todas suas dúvidas sobre Pró-Labore.
 
1) PRIMEIRO, ALGUNS CONCEITOS:
1.1) Pró-Labore Contábil vs Pró-Labore Gerencial
Primeiramente vamos alinhar uma coisa: O pró-labore que você informa para a contabilidade para fins de cálculo do INSS não é o pró-labore que vamos discutir aqui. O que nos interessa neste momento é o pró-labore gerencial, aquele que você efetivamente transfere da conta da empresa para sua conta pessoal (ou aquelas contas pessoais que você ainda paga na conta da empresa, sabe?? =/)
 
1.2) Distribuição de Lucros é uma coisa, pró-labore é outra!
Essa é uma confusão muito comum: empresários que tratam o lucro da empresa como se fosse o “salário” deles (e vice-versa).
O pró-labore pertence ao grupo de despesas do negócio, é a remuneração do trabalho realizado pelo dono ou sócios do negócio. Se os sócios trabalham na empresa, eles devem ser remunerados por isso, independentemente da empresa lucrar ou não.
 
O lucro de uma empresa é o resultado que ela gera após realizar seu ciclo operacional, ou seja, é o que sobra após ela comprar, vender e pagar suas despesas (inclusive o pró-labore). Ele pode ser distribuído para todos os sócios da empresa, mesmo para aqueles que não trabalham diretamente nela, por exemplo: um sócio investidor ou um empresário que não atua mais no operacional.
 
 
2) A POLÊMICA
O valor do pró-labore é um assunto um tanto polêmico pois ele não sofre os efeitos da oferta e demanda do mercado de trabalho:
 
Um funcionário deseja receber o maior salário possível, um empresário deseja pagar o menor salário possível, são forças opostas (funcionário e empregado) que convergem em um equilíbrio, um número que tende a ser satisfatório para ambos.
 
No caso do pró-labore isso não acontece, pois quem paga é a mesma pessoa que recebe, não há um equilíbrio de forças, tudo depende da decisão do próprio empresário. Por isso, é muito importante estar atento e avaliar se o pró-labore é condizente com a realidade da empresa (e do dono), para não cair em armadilhas.
 
 
3) O VALOR IDEAL DE PRÓ-LABORE
Para saber o valor do pró-labore ideal, basta responder a seguinte pergunta:
 
“Quanto você pagaria para um funcionário exercer absolutamente todas as funções que você exerce em sua empresa?”
 
Pronto, a resposta para essa pergunta define o seu pró-labore ideal. Como explicamos anteriormente, o pró-labore é simplesmente a remuneração do trabalho exercido, nada além disso. Se sua empresa consegue pagar ou não, ou se você acha que, como dono, deveria receber mais, são outras questões, e iremos explicar o porquê.
 
 
4) AS ESTRATÉGIAS DE PRÓ-LABORE
4.1) Quando a empresa CONSEGUE PAGAR o pró-labore ideal com folga:
Mantenha o valor do pró-labore como sendo o valor ideal, e retire a diferença em forma de distribuição de lucros, isso garante a saúde financeira da sua empresa, e você recebe o pró-labore e os lucros.
 
4.2) Quando a empresa NÃO CONSEGUE PAGAR o pró-labore ideal:
Neste caso, recomendo que se faça algumas perguntas:
a) Isso é um problema momentâneo, ou o modelo de negócio não para de pé?
b) O que preciso ou consigo fazer para aumentar o lucro?
c) Eu, empresário(a), posso ser muito “caro” para minha empresa?
d) Se eu “me demitir” e contratar um funcionário para fazer o que eu faço, e focar na expansão do negócio, pode ser mais viável?
 
Se não conseguir responder nenhuma dessas perguntas, é melhor repensar no seu projeto.
 
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Um abraço e até a próxima!
 

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